Cinco lugares incomuns onde passei a noite

1. No teto de um ônibus no deserto. No Outback, o deserto australiano, eu realmente dormi no capô do ônibus da minha excursão. O motivo? Formigas. Sou alérgica a formigas do nível de ir parar em hospital. Naquela noite, o local onde íamos acampar era frequentadíssimo por elas e eu, como boa alérgica em pleno deserto, me retirei da zona de perigo. Peguei meu saco de dormir, escalei o ônibus e fui dormir sozinha lá no alto. Fiquei mais longe do chão, mas mais pertinho do céu estrelado…

2. No sofá de um café. Um suco de laranja foi o que paguei para “me dar o direito” de dormir no sofá de um café no aeroporto de Berlim, na Alemanha. Meu voo sairia cedinho pela manhã e pagar por uma noite num albergue + pegar qualquer meio de locomoção de madrugada não estava nos meus planos. Quando a noite caiu, escolhi a dedo minha cama. Deixei o sofá ficar livre, entrei, pedi meu suco e cara-de-pau pra que te quero. Dormi quentinha.

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3. No convés de um barco. O tour de veleiro pela Grande Barreira de Corais na Austrália incluía pernoites a bordo. O barco tinha camas na parte interna dispostas tipo beliche – só que mais estreitas e com espaço livre na vertical bem menor. Nas primeiras horas da primeira noite, o cansaço me derrubou e eu capotei em uma das caminhas apertadas. Lá pelas tantas da madrugada, acordei e lembrei que tinha aflição de lugares fechados… Bu! O fantasma da claustrofobia. Alguém mais aí sofre desse mal? (Alérgica e claustrofóbica. Opa! Vocês já estão sabendo meus podres demais… kkk). Enquanto todos dormiam lá dentro, subi com meu colchonete e… Ufa! Tinha o céu inteiro pra respirar. Na outra noite, já fui direto pro convés e a turma toda veio atrás… Pelo jeito gostaram da ideia.

4. No chão do aeroporto. Essa noite foi péssima. Passei frio, muito frio. Dormir no piso gelado do aeroporto Barajas de Madrid no friozinho europeu de fevereiro não foi uma boa escolha. A ideia “genial” daquela noite era a mesma do aeroporto de Berlim:  não ter que pagar uma diária de albergue e me locomover de madrugada já que que meu voo sairia de manhãzinha. A pequena diferença entre os aeroportos era que o de Madrid fechava durante a noite… E não tinha nada, nenhum sofá, nenhum carpete, nenhuma alma penada pra me aquecer. As cadeiras tinham divisória, então não dava pra fazer delas uma cama. Sem nenhuma outra possibilidade, lá fui eu então pro único lugar possível pra me esticar.

Cinco lugares incomuns onde passei a noite

5. Num hotel sem trinco e banheiro. Durante a viagem de mochila que fiz pela Europa, Paris era o único destino onde me daria o luxo de não dormir em albergues. Passei quatro dias maravilhosos no hotel Holiday Inn em frente à Praça da República e, por uma mudança de itinerário (resolvi ficar mais um dia pra assistir o Moulin Rouge), tive que mudar de hotel no último dia pra não estourar o orçamento. Com o mochilão nas costas, circulei pelo bairro atrás de um hotel mais baratinho. O que encontrei foi esse medonho da foto. Esse era o meu quarto, o 23. Quando entrei, fechei a porta e o trinco, adivinha? Era igual daqueles de fazenda: um pedaço de madeira que você gira. O miolo de chave que aparece na foto não estava em funcionamento. Já “segura” nos meus aposentos, virei e dei de cara com uma cama do século antepassado e uma pia. Só uma pia, sem vaso sanitário, sem chuveiro. Naquela noite, tomei banho de gato com uma toalhinha de mão que carregava e a água da torneira. Fui francesa por um dia.

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