Mostar: um exemplo da Europa Islâmica

Mostar

Parece que nos dias de hoje todos têm pavor do mundo islâmico. Evita-se viajar para lugares que pregam a religião. O receio de ataques terroristas, mesmo que estatisticamente continue sendo menos provável do que vencer o maior prêmio da loteria, esvaziou países que tradicionalmente dependiam do turismo, como a Tunísia e o Egito, para não citar a Síria.

Mas existe algo de misterioso no Islã, um mundo cultural tantas vezes incompreendido pelos ocidentais, mas, mesmo assim, quase sempre atrativo. Que tal então encontrar um equilíbrio e ter uma amostra de Islã na sua viagem pela Europa? Isso é possível em dois países: a Albânia e a Bósnia­-Herzegovina. É sobre este segundo país que falo hoje, em especial sobre uma das suas cidades mais belas: Mostar.

A Ponte

A antiga ponte de Mostar será sempre a imagem mais significativa desta cidade, que de tão bela ganhou o título de Patrimônio Mundial da UNESCO. Ela não é muito grande, tem apenas 20 metros, mas conquista pela beleza da própria estrutura que atravessa o Rio Neretva e todo o ambiente arquitetônico fantástico que a rodeia.

A ponte foi construída no século XVI e após 400 anos foi derrubada durante a guerra civil que marcou a Bósnia­Herzegovina – um tanque croata posicionado no topo do morro onde hoje se encontra uma cruz bombardeou a velha ponte até esta ruir. O que vemos hoje no local é uma reprodução da original, inaugurada em 2004. A última versão pode até ser tão bonita quanto a primeira, mas melhor seria se as pedras que pisamos durantes os segundos de travessia fossem aquelas colocadas pelas mãos de quem lá viveu há cerca de quinhentos anos.

O Islã na Europa

Mostar

À primeira vista, Mostar é mais uma cidade do Sul da Europa. Olhando com mais atenção, no entanto, nota-se a sua particularidade: em vez de torres de sinos, os seus templos têm minaretes, que são as torres de mesquitas. A visão é um pouco inesperada na Europa, mas totalmente comum neste país.

As pessoas não têm nada de diferente. Apesar de algumas senhoras usarem um lenço na cabeça, a maioria se veste como qualquer outro europeu.

E o que mais se pode ver em Mostar?

Passear pelas estreitas ruas de piso de pedra é algo mágico. É como recuar no tempo e de repente visitar a época medieval, especialmente pela noite, quando os turistas se recolhem nos seus hotéis.

Mostar

Existem três casas-­museu que mostram como era a vida das famílias no tempo da ocupação otomana.

Mostar

Há ainda um interesse macabro em Mostar: os vestígios bem evidentes da guerra do final do século XX. Muitas das casas se encontram semidestruídas e mesmo as que estão em boas condições podem ter marcas dos combates. Alguns pontos que chamam a atenção são a famosa “torre dos snipers” e o esqueleto do magnífico Hotel Neretva.

Depois, não muito longe, há o complexo dervish de Blagaj, a aldeia histórica de Pocitelj e as quedas de água de Kravice. Para visitar estes locais terá que alugar um carro ou contratar uma agência para o levar até lá.

Conselhos Práticos

Para chegar a Mostar o melhor é voar para Sarajevo e seguir por terra. Quando circulam, os trens oferecem uma magnífica viagem cênica. Outra opção é fazer o trajeto de ônibus. O melhor é conferir com a Rumbo quais os voos mais econômicos para a Bósnia-­Herzegovina.

Visite Mostar pouco antes do verão ou logo no início do outono. O clima ainda é muito favorável e já não haverá tantos turistas como na alta temporada. Experimente a comida tradicional, de influência turca, como por exemplo o cevapi, pequenos croquetes de carne servidos com pão de pita e cebola picada.

texto e fotos | Cruzamundos www.cruzamundos.com

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