A minha viagem de mochila

A minha viagem de mochila

Respira fuuundo que a história de hoje é das longas…

Era uma vez uma menina que foi junto com a mãe levar a avó na rodoviária. Ela viu dois jovens carregando mochilas enormes nas costas e, sem mesmo saber ao certo do que se tratava, falou: “mãe, é isso que eu quero ser quando crescer” kkk. E foi assim que a minha história com mochilão começou. E hoje eu resolvi contar pra vocês sobre a viagem de mochila que fiz entre 2008 e 2009 e que foi a grande incentivadora pra que eu criasse esse blog e descobrisse o meu rumo dentro da profissão de jornalista.

Como surgiu a ideia

Aos 15 anos de idade comecei a criar o desejo de conhecer a Austrália. Lia e relia muita coisa e me apaixonava cada vez mais pelo país. Devorava uma revista numa sentada. Era leitora assídua de um blog chamado “Operação Canguru – um maluco na Austrália”, que hoje acho que não existe mais. A minha vontade era passar uns dois anos bicho-grilando pelo país e depois voltar pro Brasil cheia de história pra contar (#vidaloka! kkk). Seria lindo se fosse fácil assim, mas com o tempo fui descobrindo que pra isso acontecer era preciso muito mais do que vontade.

A começar pela idade… A princípio eu queria fazer a viagem depois que me formasse no colégio. Quando essa hora chegou, eu com 17 anos não estava pronta pra encarar o mundão e meus pais menos ainda.

Outra questão era a forma de entrada no país… A Austrália controla muito o acesso e a permanência dos estrangeiros por lá. O visto de turista é bem enrolado de tirar e só permite a permanência por três meses. Pra ficar mais do que esse período é preciso estar matriculado em algum curso ou estar contratado por alguma empresa local. E eu não queria que nada nem ninguém me prendesse em uma só cidade. Queria ficar livre pra decidir como, quando e por onde turistar.

E, por fim, claro: grana! Precisava juntar dinheiro.

E então, enquanto o tempo foi passando, fui trabalhando, acostumando os meus pais com a ideia e amadurecendo o jeito de realizar esse sonho. Entrei para a faculdade de jornalismo e aí sim, com a cabeça mais no lugar e poupança sendo feita, planejei que faria a viagem para a Austrália sozinha e de mochila depois que terminasse os estudos.

Como me preparei

Comecei a juntar dinheiro desde o meu primeiro estágio aos 18 anos. O primeiro troco que guardei foi R$ 30, lembro até hoje! E lembro também que minha mãe me incentivava com a frase manjada e personalizada por ela que tanto me deu força “de grão em grão a galinha enche o papo e de moeda em moeda a Juliana vai pra Austrália”. Hehe. Fofa, né?!

Resolvi que entraria na Austrália com o visto de turista e depois, já lá dentro, tentaria outro jeito de estender a permanência (por mais que isso não viria a acontecer).

Continuei pesquisando sobre o país e sobre viajar sozinha e quando terminei a faculdade, com meus 22 recém feitos, sabia de cor e salteado tudo o que precisava. Estava segura, confiante e querendo muito colocar em prática tudo que aprendi em anos de planejamento.

No início de 2008, com passagem para Sydney já comprada para março, passaporte, vacinas e visto prontos, recebi um convite que iria incrementar ainda mais a minha viagem. Fui convidada por um amigo a aproveitar a saída do Brasil e trabalhar em um bar na Espanha durante a temporada de verão na Europa antes da chegada na Austrália. Adiei então em mais uns meses a ida para a Austrália, inclui a Europa no meu roteiro e parti em junho de 2008 para a viagem dos meus sonhos.

O roteiro

O planejamento inicial era ficar seis meses fora: 3 meses na Europa e 3 na Austrália. Saí do Brasil com as passagens intercontinentais compradas: América do Sul-Europa | Europa-Oceania | Oceania-Europa | Europa-América do Sul. Já tinha data de saída e chegada de cada lugar (mesmo que a última passagem – a de retorno para o Brasil – fosse depois adiada em mais dois meses). O grosso do roteiro era esse, agora o que eu faria com o recheio da viagem só seria programado no decorrer do mochilão.

Trabalhei então durante dois meses como bar-tender na ilha de Menorca, na Espanha. Foi uma experiência incrível! De lá, dei início à viagem pela Europa que duraria um mês. Comecei com uma semana de roteiro já planejada e o resto fui decidindo com o passar dos dias. Fiz então: Barcelona, Madrid e Toledo, na Espanha; na França, Paris; na Holanda, Amsterdã; na Alemanha, Berlim; e na Itália, Roma e Florença.

Já com três meses na estrada, peguei o esperado voo pra Austrália com direito a chororô a bordo kkk. Cumprindo as regras do visto de turista, fiquei dois meses em Sydney (a ideia era ficar uma semana! Pensa se não gostei de lá?!) e mais um mês viajando pela costa leste do país. Foi o auge do mochilão!

Prestes a encerrar a viagem, uma conversa por telefone com o meu pai me instigou a aproveitar que estava na Oceania e conhecer também a Nova Zelândia. Rolou uma mensagem de coragem “Você tá aí do lado e não vai saltar de bungy jump?” e um paitrocínio muito bem-vindo. E lá fui eu passar 18 dias na Nova Zelândia.

Enfim, a direção da viagem retomou o rumo para o Brasil. No caminho, parei ainda 20 dias em Cingapura e fiz um dia intenso de passeio em Londres enquanto esperava o voo da escala.

Blog ‘ju comparin – uma brazuca na estrada’

Criei um blog antes de viajar com a intenção de manter a minha família avisada sobre o curso da viagem e garantir o sono da minha mãe. Quase todos os dias à noite tinha um encontro marcado com o notebook que carreguei durante toda a viagem nas costas pra contar um pouquinho do meu dia e postar algumas fotos. A família ficou informada e o legal foi que outras pessoas que não me conheciam também começaram a seguir o blog e me mandavam mensagens de incentivo ao longo da viagem. Me sentia uma celebridade da net kkk! Quem quiser conhecer clica aqui.

Sonho realizado

Difícil resumir em um parágrafo tudo o que essa viagem significou, mas como eu escrevi no último post do blog do mochilão: “De tudo que vi e vivi ficam a vitória da realização de um sonho, lembranças de momentos mágicos e lugares surpreendentes, amizades curtas porém intensas e o sentimento único de gratidão pela oportunidade tida”.

E essa é a história do meu primeiro mochilão, people! O que eu mais quero com esse post é incentivar quem tiver um sonho, seja ele fazer uma viagem, casar ou comprar uma bicicleta, a encará-lo até o fim. A recompensa vai muito além do que a gente imagina.

9 comentários sobre “A minha viagem de mochila

  1. Pingback: Como foi a minha experiência no Outback, o deserto da Austrália – Blog Terminal de Embarque

  2. Mulherrrrr, q top! Agora no final do ano vou passar um mês na Austrália com meus primos. Quando voltar, vou fazer esse esquema de juntar grana e… brevemente…partir =) mt legal sua história, parabéns!! Queria conversar mais com vc… disponibiliza algum email, facebook, telefone..ahuahua ???

  3. Ah, Wow… Sempre tive (e ainda tenho!) o sonho de ir para a Australia, leio tudo sobre o país, os lugares que quero conhecer, e como disse, também me apaixono cada vez mais. Apesar de eu sempre querer mochilar, minha idade me impedia (16), e então uma oportunidade diferente veio: Intercâmbio. Aceitei pois achei que eu poderia escolher Australia, mas…. Não houve Austrália entre as opções… E aqui estou há mais de 7 meses na Tailândia, prestes a voltar para o Brasil com ainda maaais sede de viajar, mas dessa vez, de mochilão! Ser intercâmbista abriu ainda mais minha visão sobre diferentes culturas, pessoas, lugares, mas, eu me sinto presa ao meu clube, eu “Queria ficar livre pra decidir como, quando e por onde turistar”. Então, começarei assim que voltar para o Brasil a guardar meu dinheiro, começar a faculdade, e ver quando e aonde esse mochilão me levará, afinal, acabei me apaixonando pela Tailândia, quem sabe um mochilão na Asia? hahah
    Encontrar seu blog, ler suas dicas e experiencias me faz mais confiante quanto a isso e você se tornou uma inspiração enoorme para mim!

    • Oi Ana!! Que alegria ler este seu comentário e saber que o blog contribui um pouquinho pra este seu sonho de mochilar. Com certeza o seu Intercâmbio deve ter sido uma experiência maravilhosa (ainda mais na Tailândia… Que delícia), mas você vai se amarrar demais em fazer o mochilão! Se eu puder ajudar em alguma coisa, estou por aqui. Obrigada por compartilhar a sua história aqui com a gente. Um beijo e boa sorte! ;)

  4. Pingback: Como arrumar o mochilão para viajar – Blog Terminal de Embarque | Dicas de viagem

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